Como a neurociência contribui, com a compreensão do pensamento complexo, para a gestão de pessoas em um cenário em que o desafio é não se contentar com o uso de estratégias lineares.
 
  A neurociência é um campo que estuda o funcionamento do cérebro e sua estrutura, provocando um confronto com a visão simplista sobre a compreensão do comportamento humano e suas relações. 

  Segundo estudos da Economia Comportamental, o processo decisório é mais fortemente influenciado pelas emoções do que pela razão. Portanto, quanto maior for a necessidade de agilidade nos processos decisórios maior será a influência das experiências anteriores, ou seja, das emoções.
 
  Será cada vez maior a necessidade das organizações se libertarem dos modelos baseados no controle e no comando para garantir resultados, “mas a razão para que essa mudança seja necessária não é apenas a modernização das relações de trabalho ou da dinâmica de mercado. O motivo está justamente no cerne da neurociência”, afirma a neurocientista Carla Tieppo, uma vez que a neurociência possibilita a compreensão da complexidade da mente humana. Dessa forma, há a necessidade da construção de análises sistêmicas que consideram a complexidade para a compreensão dos fenômenos, pois as soluções lineares não são mais suficientes.

  Não obstante, as soluções lineares ou simplificadas, que muitas vezes se tornam soluções para a gestão de pessoas, não consideram a interação de variáveis que dão sentido ao sistema.

   E, é justamente aí que entra a contribuição da neurociência, na percepção dos gestores sobre o papel do sistema emocional, evitando compreensões superficiais que colocam o sistema emocional no lado frágil. O alicerce para a manutenção do engajamento e da motivação é a compreensão da relação do indivíduo com a prática cotidiana do seu trabalho.

   Segundo a neurocientista, “quem poderá transformar indivíduos comuns em potenciais inigualáveis é a dinâmica emocional que for praticada na organização, é preciso reconhecer que a tão desejada resiliência não é conseguida calando as necessidades emocionais, mas fortalecendo as escolhas de padrões que trazem melhores resultados baseados em experiências codificadas pelo sistema emocional”.
    
Autora
Profa. Dra. Otávia Sala
Docente da Disciplina de Gestão de Pessoas
Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho – FATEC
 
Referência

TIEEPO, C. Em busca da complexidade. HSM Management. São Paulo, n.141, p. 72-75, 2020.

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