Nunca falou-se tanto em gestão do conhecimento, capital intelectual, capital humano, enfim, da importância das pessoas para a organização. Importância essa que sempre existiu, porém, não era prioridade.
Se resgatarmos as Teorias da Administração, na Escola da Administração Científica, início do século XX, as pessoas eram tidas como máquinas, porém essenciais para a organização atingir altos índices econômicos. Na Escola das Relações Humanas, década de 60, as pessoas passaram a ser vistas como parceiras fundamentais para a sobrevivência da organização. A diferença não está apenas na importância dada às pessoas, mas, também, no “contrato de fidelidade” firmado entre as pessoas e a organização.
No século passado, os profissionais acabavam fidelizando a sua carreira em uma única organização, independente se essa atendia ou não suas expectativas. Dessa forma, as pessoas permaneciam na organização até se aposentarem. Portanto, a trajetória profissional era determinada pela organização, atendendo somente às necessidades da organização e não as expectativas do profissional.
No “contrato de fidelidade” firmado entre as pessoas e organizações, percebemos que os profissionais optam por trabalhar em organizações que satisfazem suas expectativas, uma vez que essas não são atendidas ele vai a procura de uma nova organização. Portanto, nesse contrato, o poder de determinar a trajetória profissional se encontra nas mãos dos profissionais, que irão construir suas trajetórias conforme a realização de suas expectativas.
Nesse contexto, cabe então a organização fazer uso de instrumentos de gestão de pessoas que possibilitam o atendimento tanto das necessidades da organização quanto das expectativas dos profissionais.
No entanto, será que as organizações estão possibilitando o desenvolvimento dos seus profissionais? será que as organizações sabem quais as expectativas dos seus funcionários? será que as pessoas sabem realmente o que querem para suas carreiras profissionais? A construção da carreira é de responsabilidade tanto da organização quanto do indivíduo. De nada adianta a organização possibilitar o desenvolvimento da carreira do profissional se esse não sabe o que almeja; em contrapartida, o profissional encontrará dificuldade em alcançar o que almeja se a organização não possibilitar o seu desenvolvimento ou se ele não buscar meios de se desenvolver.
As pessoas são peças fundamentais para o sucesso da organização, no entanto, é preciso entender quais são suas expectativas e necessidades para possibilitar o desenvolvimento de suas carreiras, e assim, garantir, um “contrato de fidelidade” entre as partes.
Autora
Profa. Me. Otávia Sala
Docente da Disciplina de Gestão de Pessoas
Faculdade de Tecnologia de Sertãozinho - FATEC